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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O ESTUDO SOBRE O GÊNERO FÁBULA

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
CENTRO DE LETRAS E ARTES
PRODUÇÃO DE TEXTO
O ESTUDO SOBRE O GÊNERO FÁBULA*
Maria Edinádia Carvalho Machado1
Maria Jarina Silva Aguiar2

RESUMO: Este artigo tem como propósito analisar o o gênero fábula, apresentando seu conceito, características; fazendo também comparações e associações com outros gêneros parecidos. Este estudo teve como base, alguns estudiosos como Moisés, Magalhães, Da Silva, Zamoner. E foi possível perceber através de estudos, pesquisas que nem sempre é fácil delimitar um tipo de gênero, mas que é sempre possível conceituá-lo e entender suas respectivas funções comunicativas.
PALAVRAS-CHAVE:Fábula. Gênero. Narrativa. Esopo.La Fontaine.

 
INTRODUÇÃO

O gênero Fábula é muito conhecido e estudado nas salas de aulas,pois desperta curiosidade e por tal motivo é importante fazer um estudo a cerca da origem e história da mesma. Sabendo que é muito difícil conceituar gênero, afinal muitas são as definições apresentadas para designá-lo, pois desde as primeiras classificações, feitas por Platão e Aristóteles, na Grécia Antiga,a literatura tem sido organizada por gêneros, e tais gêneros estavam classificadas em : o Lírico,o Épico e o Dramático.

Como foram surgindo outros gêneros, o modelo de classificação clássico não era mais correspondente, pois já não abrangiam os novos tipos de gêneros. Assim surge no período moderno uma forma de organizá-los, esta classificação era em : Gênero Ensaístico;Gênero Narrativo e em Gênero Lírico. Quanto ao conceito de Gênero, Cereja e Magalhães(2000,p.11) “o gênero textual é uma espécie de “ferramenta”que utiliza-se em determinadas situações de comunicação. Sua escolha é feita de acordo com diferentes elementos que participam do contexto(...)”.

Diante do que foi dito faz-se pensar que na classificação de gênero é muito importante está atento para alguns dados de significância, pois os elementos do texto é quem vai estabelecer o tipo de gênero textual, pois é preciso está atento para :o objetivo do texto, para quem o texto é digerido e por quem foi escrito , e tais informações são indispensáveis para que o gênero textual seja estabelecido.

 
1e2 Alunas do 4º período de Letras da Universidade Estadual Vale do Acaraú

*Artigo elaborado como requisito necessário para adquirir-se a nota da AP2

 
A FÁBULA, CONCEITO E HISTÓRIA

 
O gênero “fábula” é classificado como um gênero narrativo, trata-se de um texto curto, cujos personagens são animais e traz no inicio ou no final uma lição de moral. Muitas vezes chega a ser confundido com outros tipos de textos, assim como mostra Moisés (1974.p37), fábula é “Narrativa curta,não raro identificado com o Apólogo e a Parábola, em razão da moral,implícita ou explícita, que deve encerrar, é protagonizada por animais irracionais,(...)” ,ou seja, embora haja outros textos que conservem na estrutura características da Fábula, mesmo assim, existe particularidades que pertencem somente às fábulas.

É importante mencionar que a Fábula surge como forma de fazer uma crítica à sociedade, aos comportamentos humanos, como ressalta Moisés(1974.p.39): ”(...) preservando as características próprias, deixa transparecer uma alusão, via de regra satírica ou pedagógica, aos seres humanos(...)”. Mediante ao enunciado,pode-se dizer que as estórias, contadas com uso de ilustrações e de uma maneira bem descontraída, na verdade encerra-se como uma maneira de educar o homem, para que este perceba as próprias atitudes mediante aos seus semelhantes

A fábula diversifica-se na temática, retrata a realidade de forma irônica , tem duas partes : a Narrativa e a Moralidade e, como mostra Silva(2008,p.1) “a primeira trabalha as imagens,(...), o corpo dinâmico e figurativo da ação. A outra opera com conceitos gerais e pretendem ser a verdade falando de homens” . Assim percebe-se a importância da narrativa e da moral, pois na composição de fábulas ambas são necessárias .

As fábulas surgiram no oriente e foi reinventada no ocidente por um escravo Grego :Esopo. È preciso dizer que as fábulas tiveram três momentos , pois existem as fábulas de Esopo, Fedro e as de La Fontaine e seguidores. Relata-se que Esopo era um orador popular que utilizava -se de estórias para convencer as pessoas, pois ao escutarem as narrativas, relatadas oralmente, os ouvintes sentiam-se mobilizados emocionalmente e isto faziam agir através do bom-senso. É importante mencionar que os tais textos tinham como personagens centrais , os animais. Esopo fazia diálogos, que transmitiam sabedoria ao homem e como forma de tornar as críticas feitas mais suave, ele colocava figuras de animais para retratar os defeitos e virtudes do ser humano, sendo que os animais de alguma forma tem características que lembram o comportamento do homem.

Além das fábulas de Esopo, temos as de Fedro, pois neste período as narrativas eram escritas em forma de versos e também faziam críticas a sociedade da época. Como ressalta Silva(2008,p.1) “escritas em verso ,as estórias de Fedro são sátiras amargas(...) contra costumes e pessoas de seu tempo”. Mediante este trecho percebe-se que Fedro fez críticas ferrenhas ,estas que afetavam diretamente a sensibilidade dos leitores. É necessário ressaltar que ele espelhou-se nas narrativas de Esopo. Além disso Fedro fez traduções para o latim das fábulas de Esopo, como já se sabe , estas que eram contadas oralmente e que depois foram escritas .

Um outro momento das fábulas é o período que são escritas por La Fontaine e seus seguidores modernistas. Neste momento La Fontaine fez o resgate das estorias, estas que estavam no imaginário humano. Além de explorar a memória da população da época, ele também buscava documentos como:Fábulas de Esopo, fábulas de Fedro , parábolas bíblicas . Quando conseguiu reunir muitos textos as reinventou em formas de versos, sendo que este conjunto de textos ficaram conhecidos como Fábulas de La Fontaine. Eram narrativas com grande teor de criticidade e moralismo, pois como mostra Coelho(2008,p.28) “(...)suas fábulas eram verdadeiras textos cifrados, a que denunciavam as intrigas, os desequilíbrios ou as injustiças que aconteciam na vida da corte ou entre o povo”. Pode-se dizer que as fábulas mesmo ultrapassando tempos,sofrendo modificações, não deixam de trazerem crítica e sabedoria aos homens, ainda que seja de forma implícita . Lembrando que os estudos feitos por La Fontaine serve como base para os estudos de outros fabulistas.

Foram através de fábulas como : a Raposa e as Uvas;O Lobo e o Cordeiro;O Leão e o Rato, que a população vai tomando consciência dos atitudes e atos, pois é válido lembrar que embora tais narrativas sejam muito antigas , são de grande importância para o homem, como ressalta Coelho(2008,p.28) “Todas alimentadas de uma sabedoria pratica que não envelheceu, pois se fundamenta na natureza humana, e isto como sabemos, continua o mesmo, através dos milênios”. Mediante este trecho percebe-se que apesar dos anos passarem e das modificações sofridas pela fábula, esta continuará sendo linda e relida , pois como bem foi mostrado , o ser humano continuar cometendo erros , e precisa das fábulas para dá-lhes lições de moral.

 
A DIFERENÇA ENTRE FÁBULA, PARÁBOLA E APÓLOGO

Sabe-se que os três textos aqui mencionados têm semelhanças entre si,no entanto é necessário estabelecer e esclarecer a diferença que um tem em relação ao outro; pois para Zamoner(1987,p.42) a parábola trata-se de uma “Narrativa curta, pretendendo conter alguma lição ética, moral implícita ou explícita; diferenciando da fábula e do apólogo, por ser protagonizada por pessoas”.

Mediante ao enunciado, fica evidente a diferença entre a fábula, que é protagonizada por animais e a parábola, por seres humanos. Faz -se preciso dizer que parábolas são narrativas bastante semelhantes às obras religiosas, e portanto a um texto bíblico.

Já o apólogo,segundo Costa(2007,p.74) é “protagonizado por personagens não humanos, dramatização no diálogo e moral, implícita ou explícita”. Assim, de acordo com o enunciado citado,pode-se perceber claramente a diferença entre um apólogo e a fábula, afinal na fábula os animais personificam as atitudes humanas, enquanto no apólogo são os seres inanimados que são personificados. Tem-se um apólogo quando em um texto tem-se ,por exemplo uma vassoura conversando (dialogando) com um aspirador; mas assim como nas fábulas o objetivo final é fazer críticas ao comportamento humano e repassar uma lição de vida para todos os leitores.

Apesar de se ter estabelecido a diferença entre os textos,a verdade é que todos eles remetem-se ao comportamento do homem, fazendo entender que apesar do artifício de categorizar os personagens em seres inanimados, animais irracionais e objetos inanimados, isto de acordo com o tipo de texto, é importante entender que o objetivo final é um só, pois todos pretendem chamar a atenção do homem para que reconheça seus erros e busque melhorar suas atitudes mediante os semelhantes.

 
METODOLOGIA

 
O método utilizado neste estudo foi por meio de pesquisas feitas em livros,sites baseado em descrições para assim se obter o conceito do gênero fábula e sua perspectiva evolução através dos tempos,e diferenciações entre fábula, apólogo e parábola para que por meio disso se possa realmente entender o gênero fábula.

E com base nisto, foi possível elaborar o presente artigo,no qual observa-se em seu corpo frases e citações retiradas de livros , de diversos autores como Zamoner, Silva e Moisés.

 
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo aqui realizado , deixa evidente que há muito que se comentar e discutir sobre fábula, pois existe muito que se analisar a cerca da origem e história da mesma. Apesar da pesquisa aqui feita, não ter sido aprofundada, mesmo assim pode-se entender a importância deste gênero para a vida do homem.

Além disso, todas as informações fornecidas acerca do gênero Fábula, ajudam a entender um pouco desta narrativa que muito é conhecida , mas que poucos dão importância em realizar estudos sobre a mesma.

É importante dizer que são através de estórias como as fábulas, que o homem passa a refletir e corrigir as próprias atitudes.

 
REFERÊNCIAS BLIBLIOGRÁFICAS

CEREJA,William Roberto;MAGALHÃES,Thereza Cochar.Texto e Interação :uma proposta de produção textual de gênero e projetos.2ed.São Paulo:Atual,2000.
COELHO,Nelly Novaes.IN:O Conto de Fadas:símbolos-mitos-arquétipos.1ed.São Paulo:Paulinas,2008.
COSTA,Marta Morais.Metodologia do ensino de literatura infantil.Curitiba:Ibpex,2007.
MOISÉS,Massaud.Dicionário de Termos Literários.12ed.São Paulo:Cultrix, 2004.

SILVA,Tatiane Leite da.disponível em:acesso em:14 de outubro 2010
ZAMONER,Airo.disponíveem:acesso em :19 de outubro 2010



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